quinta-feira, janeiro 24, 2002

Nos meus tempos de ICB, que continua sendo longe para a maioria das pessoas normais, eu acabava indo de carona. Nada de excepcional se não fosse pelo dono do carro, Sr. G -como vamos chama-lo- ser um dos sujeitos mais azarados entre nossa zênite e nossa nadir. Isto é, se você realmente acreditar que o azar existe.
Mas iamos indo em direção ao longícuo ICB. E então pude reparar em um carro parado a nossa frente que se aproximava a uma velocidade desconfortável ao passageiro do banco da frente. O bólido veio reduzindo a velocidade e lentamente se aproximava do veículo imóvel a frente. E eis que ele toca suavemente a traseira do outro carro. As cabeças e seus quepes no carro a frente balançam levemente.Sr. G acabara de bater em um carro de polícia.
Os distintos oficiais então pedem que encostemos o carro. Nosso motorista prontamente tentou emplacar aquele discurso manjado que era estudante de medicina, e que tinha estudado até tarde e esse tipo de asneira. No que recebeu retrucado, nos modos afáveis da polícia militar, que se não estava em condições de conduzir, que não o fizesse, entre outros sábios conselhos e advertências. Terminada a sessão educativa, se dirigiu aos passageirose perguntou se alguém estava habilitado. E assim acabei levando o carro até a faculdade.
Assim que adentramos os portões Sr. G me interpelou suplicante para que lhe devolvesse a condução do veículo. No meu íntimo eu quiz responder que ele não estava em condições de dirigir. Mas ao ver aquele sujeito humilhado me enchi de uma piedade incomum e acabei cedendo.

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