Nós todos temos um fraco por histórias. desde que inventamos as palavras, gostamos de contar e ouvir histórias. Reunidos a beira do fogo para fugir do frio e da escuridão da noite de um mundo hostil e misterioso. Então todos as noites, a tribo reunida, ouvia os anciãos contar sobre a origem do mundo, da benevolência e do caprichos dos deuses, da sabedoria ou imprevidência dos reis, dos atos de coragem e esperteza dos heróis, as reminiscências de algum paraíso perdido.
E enquanto havia apenas a tradição oral as histórias iam passando de geração em geração em geração, de grupo a grupo, cada uma dando suas cores locais as narrativas. Não que a escrita tenha cristalizado " o contar", mas exigia menos das memórias prodigiosas e dava certo grau de estabilidade a narrativa. Mas continuamos a contar contos e aumentar alguns pontos.
Dessas histórias "pré-históricas" ou pré-escrita, há sempre motivos recorrentes e populares. O que dizer da disputa de irmãos de sangue ou de armas? A tríade Osíris/Seth/Horus egípcios? Macbeth? Rei Leão? Esaú e Jacó? Mahabarata?
Ou o amor proibido entre dois jovens? Quantas vezes conseguimos recontar Romeo e Julieta e suas versões? Quem nunca ouviu falar desta história?
Mas é como diz o livro de Eclesiastes, não há nada de novo sob o sol. E me recordo da uma professora de literatura que dizia: "Original só a serpente". Desde então vamos repetindo e dando nossas versões a lábia do tinhoso.
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