terça-feira, julho 17, 2001

Namoro é igual a carro. No início tudo é lindo. O carro acelera, o carro freia, as coisas funcionam suavemente e tudo é novidade. Aí o tempo passa. Começam os barulinhos, os pequenos defeitos. Os mais afoitos já querem trocar por modelo mais novo, os demais ou ignoram ou tentam consertar estes pequenos contratempos.
Tem gente que compra carro para mostrar para os outros. São os modelos mais caros, famosos ou potentes e por isso mesmo mais desejados. Outros preferem carros mais discretos, econômicos e confiáveis. Outros ainda preferem (ou tem de) andar de ônibus ou a pé. Mas a maioria não recusa uma caroninha ou uma corridinha de táxi de vez em quando.
Tem uns que cuidam mal do veiculo, transformando-o em uma verdadeira lixeira motorizada. Outros não dão manutenção e vão levando na gambiarra. E carro precisa de manutenção constante!. Outros ainda dirigem perigosamente e acabam por atropelar uns postes... Ou outros carros. Pior são os que dirigem até bem, mas batem também. Depois de batido o carro tem três destinos. Se a batida foi leve e não destruiu muito, paga-se o conserto e tudo volta quase ao normal. Nos casos mais sérios o carro não fica mais a mesma coisa... A direção puxa, aparecem ruídos misteriosos, e haja paciência! E nos mais graves pode-se ter a perda total do veículo. E tem até uns malucos que põe fogo no carro para receber do seguro!
Mesmo dirigindo bem, cuidando carinhosamente e com responsabilidade, estamos sujeitos a perder nosso carrinho. Você estaciona ele e vai resolver sua vida e pronto. Quando volta ele já se foi com algum aventureiro, rumo a algum porto (ou fronteira...) distante,. Alguns voltam, arrependidos. Outro tomam outros rumos e nunca mais os vemos.
Alguns tem mais de um carro. Um para os dias de semana, outro para os folguedos de fim-de-semana. A vezes existe até um terceiro carro! Guardadinho na garagem... Só para quebrar o galho quando a coisa apertar...
Mas uma coisa é inegável. Com o passar do tempo todos eles dão problema. Uns mais cedo, outros mais tarde, mas todos dão. Aí então é preciso muito discernimento. Será que vale uma recauchutagem geral? Será que seriamos mais felizes com outro carro, mais novo e mais moderno? Você olha saudoso para o passado, lembra de todas as coisas que se passaram. Dá um aperto no peito. Mas o futuro está vindo, quer você queira ou não. E você tem de decidir se vale a pena continuar investindo ou se é melhor voltar a andar a pé.

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