quarta-feira, fevereiro 20, 2002

O processo de formar é uma coisa muito interessante. E das atividades do "formar" uma das mais peculiares é a assembléia geral. É muito curioso ver todas aquelas pessoas reunidas, de mal-humor, se preparando para uma batalha campal ao menor sinal de ameaça em descontentamento. Parece que todo entendimento é abolido das pessoas sensatas. A comissão faz discursos, mostra custos, pondera e tendência, mas sempre naquela conversa de "quem decide é a assembléia!.." Um verdadeiro circo demagógico. Nestes momentos todos lembram de avós que não descem escadas, parentes do interior que vem só para ver, fracassos e lendas de formaturas pregressas ou qualquer outro tipo de artifício manjado para reforçar seu ponto de vista.
Certa feita, estava eu numa dessas democráticas instâncias da vida universitária tentando decidir os rumos de nosso famoso rito de passagem. A pauta era vários eventos religiosos versus culto ecumênico. A comissão emplacou fácil o culto ecumênico. Fiquei algo pesaroso por ser um culto apenas de 3 religiões e quase sugeri alguns outros celebrantes. Um pajé indígena, um monte budista e talvez um filósofo existencialista. Só para acrescentar ao debate e às bênçãos. Mas para evitar o linchamento, guardei meu desejo para mim mesmo. A verdadeira guerra foi quando a comissão tentou forçar um evento ao ar livre em um clube na Pampulha. Isso tudo só por causa de míseros 8000 reais de economia... Logo se instalou uma discussão longa e estéril sobre as enormes possibilidades de chuva em agosto e as alternativas para um dilúvio. Enfim votaram e ficou assim mesmo.
Minha conclusão pessoal. Que tipo de Deus faz chover em um culto ecumênico ao ar livre?

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