Quem já trabalhou com criança sabe que elas são absolutamente imprevisíveis e não colaborativas. Como elas não gostam de injeções ou agulhas é de se esperar que não exista o menor diálogo possível, especialmente com as mais jovens, dentro de uma sala de sutura em um pronto socorro. Sendo este fato bem conhecido através dos tempos, várias técnicas visam "contornar" este problema, afinal suturar uma criança agitada é uma tarefa bem ingrata. Uma dessas técnicas consiste em enrolar o pequeno rebelde em um lençol, envolvendo braços e pernas, deixando visíveis apenas a cabeça e os pés. Alguém já viu uma baguete enrolada?
Feita a introdução técnica, vamos aos fatos. Deu entrada no HPS uma criança com pouco mais de um ano com um enorme corte na testa e feitos todos os exames mais urgentes ela foi enviada à sala de sutura. O rapazinho está extremamente irritado e são necessárias três pessoas, além do lençol, para segura-lo enquanto uma quarta tenta reparar o estrago. Todo procedimento cirúrgico tem de ser feito sob o campo cirúrgico ( um pano estéril com um buraco no meio basicamente). Então estão lá, três acadêmicos segurando, uma cirurgiã plástica tentando suturar e uma criança em forma de baguete com um campo na cabeça, de forma que a única coisa visível dela são os pés.
JP é um cirurgião antigo, dizem que nascido no Licheinstein, ouve-se que no tempo da ditadura trabalhou para o governo. Ele vê a cena e não resiste. Faz cócegas naqueles dois pezinhos...
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