sexta-feira, novembro 30, 2001

Inspirado em alguns outros blogueiros: Siiiim!
Eliara, Francislede, Brener, Públio, Uziel, Blínio, Geiziane, Gicele, Jeferson Italo, Francislaine, Verediane, Werlison, Yonara, Dyeferson, Jessica Monalize, Leydiane, Thayane, Aliliane, Suelen, Escarlate, Lairiene, jheniffer, Francyele, Auriene, Feyber, Jennifer taís, Loyana, Vanderlucio, Dayana, Helienai, Jenifer Gabriela, Jesué, Kadma, Luziane, Waldilaine, Darlan.
Compilação de nomes incomuns? Nada disso. Lista de chamada no projeto AABB comunidade em PL. E cada vez eu acho mais adequado o sistema português para batismo. Não tá na lista não pode. Parece abusivo, mas evita certas distorções. E o mais engraçado é que com essa variedade de nomes os sobrenames são quase sempre "da Silva"ou "dos Santos".
Das criaturas mais terríveis criadas por Deus e aperfeiçoadas pelo tinhoso está o chato com mau hálito. Capaz de por a correr o mais bravo dos guerreiros, apenas avista-lo pode criar pânico em massa. Enquanto os chatos normais falam interminavelmente exaurindo nossa paciência, estes especimens provocam naúseas e vômitos incoercíveis enquanto prendem suas vítimas com seu lenga lenga despropositado. Se pudessem ser domesticados poderiam ser um tipo de arma de destruição em massa misturando terror psicológico e armas biológicas. Se você avistar um desses não tente enfrenta-lo! Corra enquanto ainda existe tempo!

quinta-feira, novembro 29, 2001

E por falar em "mind fitness" li numa dessas revistas vagabundas de atualidades nossas (na verdade todas são) que a nova onda dos abonados é o "personal tutor". É uma espécie de professor particular sobre assuntos "culturais" e civilização (européia é claro) de modo geral, para as madames que se cansaram de passear no shopping. E pior é o dialogo de início da reportagem, que denúncia como a coisa funciona:
-- Nós somos cinéfalos!
-- Cinéfilos fulana... retruca o tutor...

O mais interesante é que a senhora em questão é esposa de um executivo de uma certa rede de televisão que por um acaso do destino também é dona da revista... PQP...Será que esse povo não consegue sair da aldeia e descobrir que jornalismo é bem maior que coluna social?
Recebi uma maravilhosa oferta pelo e-1/2! O primeiro e único Alpha fitness!
É um revolucionário sistema de ginástica cerebral (sic) que promete fornecer a seus usuários coisas que ninguém no mundo pode oferecer. Mesmo com tanta gente tentando! Esses benefícios são memória, bom senso (!), simpatia, diminuir a agressividade, curar insônia, dar criatividade, aumentar a resistência física e mental, aumentar a auto-estima, e até mesmo resolver o flagelo do homem moderno, a broxeza.
E como eles fazem isso? Com 10 minutos diários de uso, o aparelinho sincroniza os hemisférios cerebrais.
E cito "o uso deste aparelho equivale para a mente o mesmo que uma bicicleta ergométrica para o corpo, permitindo-lhe aprofundar-se em sí mesmo e canalizar suas energias com melhor saúde física e mental."

A panacéia apenas por U$ 373,00! Logo agora que eu já estava perdendo as esperanças com o ser humano!
Mas de uma promesa eu tenho certeza. Após pagar e usar o Alpha fitness o sujeito tem grandes chances de "Aprimorar a noção de realidade".
Pessoalmente eu não gosto de ficar publicando coisas alheias e piadinhas manjadas que todo mundo recebe por e-1/2. Mas dadas as minhas circunstâncias pessoais e pela verdade incrível que a historieta contém... Lá vai...

Um caboclo do interior, bem interior mesmo, tinha um touro que era o melhor da região. O touro era seu único patrimônio. Os fazendeiros da redondeza descobriram que o tal touro era o melhor animal reprodutor e começaram a alugar o bicho para cruzar com suas vacas. Sempre nasciam os melhores bezerros. Era só colocar uma vaca perto dele e o touro não perdoava uma. O caboclo estava ganhando muito dinheiro com isso, o que era seu sustento. Os fazendeiros se reuniram e decidiram comprar o touro. Um representante deles foi até a casa do caboclo e foi logo falando:
- Põe preço no seu bicho que vamos comprá-lo.
O caboclo, aproveitando da situação, falou um preço absurdo. Os fazendeiros não aceitaram a proposta e foram se queixar com o prefeito da cidade. Este, sensibilizado com o problema, comprou o animal com o dinheiro da prefeitura e o registrou como patrimônio da cidade. E resolveu fazer uma festa para apresentar o touro para a cidade. No dia da festa, os fazendeiros
trouxeram suas vacas para o touro cobrir, seria tudo de graça. Na hora da primeira vaca, o touro esbravejou, pulou, cheirou a vaca e nada.
- Deve ser culpa da vaca, disse um fazendeiro. Ela é muito magra.
Trouxeram uma vaca holandesa, a mais bonita da região. O touro esbravejou, pulou, cheirou a vaca e nada. O prefeito, louco, chamou o ex-dono do animal e lhe perguntou o que estava acontecendo.
- Não sei... - disse o caboclo - Ele nunca fez isso antes! deixa que eu vou conversar com o touro.
E o caboclo, aproximando-se do bicho, foi logo perguntando:
- O que há com você? Não tá mais a fim de trabalhar?
E o touro, dando uma espreguiçada, respondeu:
- Não me enche o saco. Agora eu sou funcionário da prefeitura.


Eu acho que eu estou saturado de PL. Não aguento mais esas viagenzinhas pra lá e pra cá. E problema é que eu não vejo perspectiva reais de ir a lugar nenhum nessas 3 longas semanas que me restam.
Mas o fato é que eu fui intimado pela polícia civil a prestar depoimento sobre o incidente envolvendo meu cartão de crédito.Em condições normais eu iria falar mal da polícia civil, discutir as heranças do período da ditadura, e todo tipo de avacalhação possível quando se está sendo obrigado a cumprir um dever. Mas na verdade estou bem leve e satisfeito por que na verdade eu quebrei um recorde de permanência pessoal em PL, 60 horas depois eu já estou de volta ao meu verdadeiro lar. E os adoráveis investigadores ainda me propiciam o direito de responder quando inquirido na segunda feira. "Eu tive de voltar a BH por que fui intimado a depor na polícia". Além de ser assunto para horas de conversa fiada.

quarta-feira, novembro 28, 2001

Ummm... Se "chineses cricket" foi usado por 57% das pessoas que acessaram esse desproposito atráves de um site de busca, alguém por obséquio poderia me informar o que diabos são eles? Eu me recuso a olhar no Google.

domingo, novembro 25, 2001

É PT... Lembra naquele jogo do Galo quando resolveram homenagear o Wilson Sideral? Você me disse algo como "Pelo menos não é o J Quest." Pois é...É hoje o dia...
Olhando bem a história canina daqui de casa, acho que todos os cães que por aqui passaram tem personalidade. Ou talvez todos tenham, basta prestar atenção. Certo é que eles também tem hábitos e maneirismos individuais.
O primeiro cão foi Rambo. Era um pastor capa-preta saudável e exemplar. Não tinha frescura com nada, caçava e comia de tudo, incluindo gatos, ratos e o que aparecesse. Chegou até a pegar pássaros em pleno vôo. Mas não podia com trovões ou foguetes. Virava uma maria mijona, batia desesperado nas portas e se permitido, escondia debaixo da primeira cama que visse. Final de campeonato e o dia da assunção de Nossa Senhora era batata. Tinha o hábito de ficar pulando no muro com as patas dianteiras, como se fosse realmente escala-lo, quando a vítima estava fora de seu alcance. Numa dessas estripulias, torceu o estômago e nunca foi mais o mesmo. Dizem que os pastores-alemães tem o estômago meio frouxo e ele torce, facim, facim. Se você já estudou embriologia é capaz de entender como é. Aquela história da rotação intestinal e tal, e que o estômago não está dependurado no esôfago e coisas do tipo. Morreu logo depois...
Como as coisas não iam bem com Rambo I, providenciaram um novo cão. Veio então Teca, nomeada por minha avó em homenagem a uma personagem de novela. Segundo minha vó ambas eram insuportavelmente chatas. Mas Teca chegou miudinha e sem o tampo da cabeça. Sua mãe, que era uma Dobberman, o havia arrancado. E ela cresceu medrosa e mijona. Principalmente nas visitas ao veterinário. Mas ficou robusta e roliça e também ficou adepta da caça. Tinha gravidezes psicológicas, dava leite, infeccionava, era um negócio... Demos a ela inclusive um tigre de pelúcia, desses que vem com cereal e ela prontamente o adotou como filhote. A solução definitiva só veio com a histerectomia. Era um cão dedicado, não arredava o pé se eu ou me pai estivesse no quintal. Mas não era muito brilhante, só conseguia abrir a porta se estivesse do lado certo dela. O que não é tão grave se você considerar que eu tive várias pacientes no Odilon Behrens que também não conseguiam. Pegou Leishmaniose, emagreceu muito, ficou amarela e nem parecia mais o mesma cadela. Tivemos de sacrifica-la.
Com o sucesso de Rambo I, minha tia ainda nutria uma certa paixão por pastores-alemães. Foi por isso que voltamos a investir na raça. E veio então Rambo II. Mas esse não tinha nada a ver com o primeiro. Magricela, desajeitado, não se interessava em caça. Muito inteligente e epiléptico. Também não se interessava por sexo (conviveu com Teca muito tempo) e chegava a agachar para fazer xixi. Meu irmão chegou a achar que o cachorro era afeminado. Um veterinário disse que ele tinha artrose nos joelhos, o que dificultava tanto os hábitos urinários quanto os sexuais. Outros diziam que Teca era muito geniosa, uma cadela difícil e que de certa forma (ela era muito bruta, coitada) inibiu o desenvolvimento de Rambo II. Mas hoje, revendo essas coisas todas acho que ele realmente não levava muito jeito pra macho não... Mas suas crises epilépticas foram ficando cada vezes mais difíceis de se controlar e um dia entrou em status epileticus e tivemos de sacrifica-lo.
Hoje temos Piti, um vira-lata que não é amarelo. Muito esperto e sem vergonha, quer morar dentro de casa e com gente por perto. Pula feito um diabinho e continua mijando no pé dos outros de pura emoção. É o primeiro a anunciar quando eu chego em casa. Tem o estranho hábito de gostar de passar em lugares apertados e gosta de correr por sobre a lona que cobre a piscina. Não dispensa seu cobertor e prefere andar vestido a pelado. Pena que a roupinha já não cabe mais. Como a maioria dos cachorros, come qualquer porcaria que encontra, só para vomita-la logo depois. Estou aguardando ansiosamente que ele amadureça e me dê um pouco de sossego.
É... Acabei pagando lingua... O que na verdade foi muito bom...
A resposta do site do Millôr...

Caro Tiago, a partir desta semana, o site do Millôr estará ampliado para
não assinantes, continue nos visitando. Abraços do RFNeder coordenador do
site.


Então está aí a dica! Millôr. Agora para o povo.
PQP... A Uol é foda... Não dá para acessar nada de interessante que esteja em seus domínios! Fui tentar entrar no site oficial do Millôr e vem aquela telinha de autenticação de senha... E o pior! Eu nem posso escrever pro homem! Cara*ho... Se alguém souber do e-1/2 do Millôr, me avisem. É um desperdício ter tanta coisa boa restrita para assinantes daquela porcaria. É por essas e mais outras que eu odeio o tal mercado livre.

sábado, novembro 24, 2001

Coisas que eu gostaria de ter dito, mas o Millôr disse antes...

  • A universidade é o local onde a ignorância é levada a suas últimas conseqüências.
  • Chato é o indivíduo que tem mais interesse em nós do que nós temos nele.
  • Como são admiráveis as pessoas que nós não conhecemos muito bem.
  • Cuidado com as imitações: sexo, só existem dois!
  • Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim.
  • Eu acho porque eu acho. Os argumentos arranjo depois.
  • Viver é desenhar sem borracha.
E viva Jackson do Pandeiro! Pena que seja tão pouco divulgado...

A Mulher Que Virou Homem
(Elias Soares e Jackson do Pandeiro)


Meu pai me disse: meu filho tá muito cedo
Eu tenho medo que você case tão moço
Eu me casei e veja o resultado
Eu tô atolado até o pescoço
Minha mulher apesar de ter saúde
Foi pra Hollywood, fez uma operação
Agora veio com uma nova bossa
Uma voz grossa que nem um trovão
Quando eu pergunto o que é isso, Joana?
Ela responde: você se engana
Eu era Joana antes da operação
Mas de hoje em diante meu nome é João
Não se confunda nem troque meu nome
Fale comigo de homem pra homem
Fique sabendo mais de uma vez
Que você me paga tudo que me fez
Agora eu ando todo encabulado
E essa mágoa é que me consome
Por onde eu passo todo mundo diz
Aquele é o marido da mulher que virou homem
O audiogalaxy tem um negocinho interessante... Ele simplesmente ignora caracteres estranhos ao curto alfabeto inglês. Coisas como nossas letras com acentos e coisas parecidas.
O fato que eu acabei de ver na lista, uma do Beto Guedes, "No Céu, com Diamantes..."
Eu, como o resto do universo, não consigo entender as mulheres. Gostar de Vinícius de Moraes por exemplo. Todas acham lindo o que o poetinha recita ou alguém canta. Será que elas já prestaram atenção no que ele fala? Sempre alguma coisa como eterno enquanto dure ( o que é pouco, no geral...), a mulher foi feita para perdoar, e esses dilemas burgueses todos... Depois reclamam quando são usadas.
Mas chato mesmo é tentar escutar disco dele com o Toquinho. Além deles ficarem fazendo pot-pourris (ou qualquer merda assim) e não cantarem nenhuma música inteira, o velho ainda fica entrando no meio e falando ou declamando suas sandices. Na primeira vez pode até ser engraçadinho, mas cada vez subsequente você acaba tendo o impeto pular a música enquanto berra: "Cala a boca Vinícius!"
Como foi prometido realizou-se o I encontro dos Guimarães, num sítio em matozinhos. Trezentas e poucas pessoas reunidas e umas 130 ausências. Churrasco comendo solto, fartura para todo lado. Meninada na piscina, adolescentes no campinho jogando bola e o resto na prosa. E as coisas iam muito bem. Tinha até um painel com fotos intrigantes como minha tia, como rainha do Ipiranga, meu pai e seus primos com o uniforme do Estrela (rival do Ipiranga, nos tempos em que se podia jogar futebol no campinho defronte a penitenciária agrícola de Neves... Até Piazza jogava por lá...)
Mas aí chegou a hora da sobremesa. Cada família tinha trago cerca de 50 unidades, perfazendo um total de 3000 unidades, coisa suficiente para a tarde toda e sobrar. As pessoas começaram a se engalfinhar ao redor da mesa, enchendo copinhos, pratinhos, tampas de vasilhas e até sacolas. Derrubaram os arranjos, pisotearam de tudo. E para completar o quadro do banquete, vários recipientes foram abandonados, ainda com doces, pelos cantos.
Pela primeira vez eu tive vergonha da minha família.

segunda-feira, novembro 19, 2001

Sábado é um dia festivo. É o dia onde os Guimarães de Ribeirão das Neves irão se encontrar. Na verdade, apenas a decendência de meus bisavós. Mas as contas revelam que a família e suas cinco gerações já ultrapassam os 400 indivíduos. O que em parte pode ser explicado pela incrível fertilidade de certos ramos, não só pelo tamanho da prole, mas também pela precocidade de início. Tem gente que chega a avô aos 40 anos. Mas felizmente a maioria já se adaptou aos tempos modernos e as novas situações econômicas, de maneira que o ritmo de crecimento deve diminuir bem. Principalmente se eles dependerem de mim e de alguns primos meus. Não estamos interessados em dar continuidade a linhagem tão cedo. O mundo é cheio de coisas para serem feitas, e pagear menino não parece deixar muito tempo para outras atividades. Mas minhas primas vão seguindo o chamado da natureza, mesmo que acidentalmente...

Mas com tanto lugar no mundo para reunir, eles decidem fazer em um sítio em Matozinhos? Tenham piedade de mim. Matozinhos é logo depois de PL! Eu preciso de descanso.
Curiosidades de PL

  • PL tem um sacolão que vende bananas despencadas.
  • Invariavelmente tem um grupinho sentado no "point" da cidade omando coca-cola. Naquelas garrafas de vidro de 1250ml.
  • Parte da população acha que dengue é invenção do governo. Só para justificar o emprego daquele povo (os agentes da zoonoses) que fica andando atoa de casa em casa.
  • A rede de esgoto é ligada na rede pluvial na maior parte dos domicílios. Quando chove, criaturas surgem das profundezas...
  • Na câmara municipal existe um vereador que está em seu sexto mandato consecutivo. A câmara tem um salão com fotos de todos os vereadores, de todas as legislaturas. Nestes 24 anos o vereador usou a mesma foto 4 vezes das 6 possíveis.
No longícuo ano de 1994 eu era Diretor acadêmico, democraticamente eleito, do hoje, para mim finado, colégio Loyola. Cargo que, se analisado friamente não tinha uma função ou papel definido, apesar de ser, teoricamente, dos mais importantes. Enfim, o grêmio tinha funções diversas e inúteis, mas tinha uma que todos reconheciam a importância. A festa junina do Loyola. Na época e na fase era muito empolgante, mesmo com aquela poeira toda. Mas o fato é que tinhamos de organizar tudo. Incluíndo o contratos com bandas. Certo é que nos apareceu uma banda então desconhecida, com um book fotográfico querendo tocar. Só não nos convenceram. Como contratar uma banda vendo as fotos "bacaninhas" deles? E assim é com orgulho que afirmo, hoje, que nós recusamos o show do J. Quest.
Taí o Stimpy, que era diretor de imprensa que não me deixa mentir muito.
Foda foi ter contratado o It's Only Rolling Stones. Ô povo chato. Até hoje o vocalista me persegue pela noites roceiras de Belo Horizonte. Este mundo tem coincidências demais.

domingo, novembro 18, 2001

Em algum lugar do início de Fausto, o próprio e o Dito Cujo (Mefístoles...) conversam sobre as vantagens materiais e imateriais. Então o Mil Caras comete uma indiscrição, que Fausto retruca "A arte do espião, vejo, é do seu agrado..." No que o Tinhoso responde: "Tudo eu não sei: porém, ando muito bem informado..."
Sinopse Turística de São Tomé das Letras.

São Tomé fica encravado no alto do morro, dando um bela vista para a região. Por isso tem um mirante e uma "pirâmide" (que mais parece um forte) onde a turminha vai ver o pôr do sol e , hã, relaxar... Fora isso tem meia dúzia de grutas, meia dúzia de cachoeiras, mas nada de extraordinário. Muitas casas construídas de pedra, ruas de pedra, enfim, tudo de pedra. Há quem ache místico... As ruas também me cheiram a esgoto. Aquele que escorre por entre becos nas vilas e favelas... Mas nada de aviltante. É só o cheiro da pobreza abandonada. Também, isolado, no alto, e cheio de doidões, quem é que ia pensar em colocar esgoto? E para terminar, alguns restaurantes até razoáveis. Afinal larica é larica.
Eu acho que passar mais que três dias por lá é um desperdício. Nào há tanto o que ver assim. A não ser que você curta a "natureza". Mas aí também o tempo dilata, as cores ficam mais vivas, os passarinhos cantam mais bonito e as coisas sobrenaturais acontecem...
Diz a lenda que São Thomé das Letras foi fundada por um escravo fugido que andava tomando umas liberdades com a irmã do seu amo. Fugiu, mas fugiu para as grimpas dos morros onde vivia de frutas, raízes e folhas (vê-se que a vocação era antiga...) Vivendo nesse esquema, um belo dia surge um senhor todo vestido de branco. Uns acham que era um Padre Jesuíta foragido de Pombal, mas podia ser alguém da nova era, um ET, um duende, ou qualquer outro tipo de viagem. Certo é que este ente disse ao escravo que se ele levasse uma carta ( a única menção de letras que eu sei na lenda) a seu amo, ele lhe perdoaria. E o pobre diabo foi de volta a fazenda e voltou com uma comitiva encontrando no lugar do homem de branco apenas uma imagem, que teimava em voltar para a gruta. Acreditando num milagre, ergueram ao lado da gruta uma capela que deu origem ao povoado.

Agora esse papo de disco voador é coisa mais recente e não tem relação imediata com a lenda. Mas não me adimira que a turma veja luzinhas.

quarta-feira, novembro 14, 2001

Nada como um feriado atrás do outro. E nessa maratona de tédio programavel, programei uma pequena viagem. Vamos para o lugar, neste planeta,com o maior tráfico intergalático. Ouvi falar que por lá tem até ufoporto. Sim, estou a caminho de São Tomé das Letras, que ao contrário de seus vizinhos não tem como atrações turisticas as instâncias hidrominerais. Vai ser um feriado com muita natureza, boas vibrações, comida equilibrada, energia positiva e essas nova eradas todas. Afinal já entramos no terceiro milênio! Se der tempo eu pretendo passar pelo túnel e fazer uma visitinha a Machu-Pichu. Eu só acho uma pena que eu não fumo maconha e assim eu não posso aproveitar integralmente toda aquela aura, vamos dizer, mística.
Dia 5 foi dia nacional de combate ao dengue. Carinhosamente (e equivocadamente chamado de dia da dengue...) Na qualidade de estagiários da medicina e de internos da medicina preventiva e social fomos convidados a ajudar na campanha estabelecida na praça defronte a matriz. Só que o prefeito não liberou as faixas. Quase nínguem reparou que estavamos por lá. E se repararam nem ligaram. Teve até gente que apareceu no "estande" para medir a pressão. E o sol fritando. Aí lá pelas tantas alguém fez o prefeito entender o que estava acontecendo e ele finalmente liberou as faixas. Quando a primeira faixa finalmente foi dependurada já estavamos enfrentando uma tempestade de vento que arremessou longe as mesas, carregou as barracas e ainda derrubou o estande, nos obrigando a suspender os trabalhos. No dia seguinte mais duas faixas na praça e uma dúzia espalhada pela cidade.
Bom, pelo menos tiramos fotos e aparecemos em um jornal local ( O Observador) antes da hecatombe. Pelo menos temos o que por no relatório. E eu acredito cada vez menos na educação. A turminha é cabeça dura. Só falta te bater.
Segundo o departamento de estatística deste humilde blog 31,6% dos acessos através de sitios de busca em um determinado período foram atráves do mantra "lassance, minas gerais telefone".
Não me perguntem. Eu não sei. Mas que lá tem poeira, isso tem.

domingo, novembro 11, 2001

Certo dia, em uma praia qualquer, após violenta ressaca, um senhor passeia e faz conjecturas. Conjecturas inespecíficas, já que ele já era um senhor e em sua vida já tivera que lutar muito por seu futuro, por seu conforto. O fato é que o futuro havia chegado e era hora de se abster do mundo e da luta. Mas ia passeando e vendo que apesar de deserta, a praia estava cheia de estrelas do mar que o inclemente e indiferente mar arremessara para fora durante a noite. Mas não era só. Viu também um meninote, desses de bermuda encardida e desbotada, sozinho a devolver as estrelas do mar de volta ao necessário mar. Como estava meio carente de assunto, conjeturou sobre o assunto enquanto caminhava em direção ao menino. Viu quantas estrelinhas tinha em uma área predeterminada de areia, calculou a velocidade de devolução das mesmas, avaliou a extensão da praia, estipulou um número total das criaturas marinhas e o tempo total de trabalho e com seu douto saber proferiu sua sentença. Chegou até a consultar os seus conhecimentos de ecologia. Tempo demais. O mar simplesmente não sentiria a menor falta daquelas criaturinhas que emporcalhavam a areia enquanto morriam. Seu raciocínio lógico era perfeito. E então debochou do menino com toda sua superioridade, aquela que não nos deixa ficar calados:
-- O meu filho... Você ainda não viu a quantidade de estrelas que tem na praia não? Mesmo que você passasse o dia inteiro aí, você não faria a menor diferença!
O menino olhou meio sem entender aquele velho que nunca tinha visto e retrucou:
-- Olha. para essa estrelinha aqui, eu faço muita diferença.
Eu nunca gostei destas reinterpretações dos desenhos animados clássicos. Pantera cor-de-rosa é um exemplo claro. Como é que eles podem refazer o desenho com falas?
Mas pelo menos ontem eles me mostraram que por vezes pode até valer a pena...

-- E aí gatinho? Problemas?
-- Não obrigado. Eu já tenho o suficiente.

sexta-feira, novembro 09, 2001

Eu odeio propaganda de aparelho de barbear. É sempre um sujeito louro de olhos claros e imberbe! E fica lá o sujeito em frente ao espelho, com a cara cheia de espuma, todo sorridente a passar a lâmina na cara como quem estivesse passando um creminho. Na vida real, se você fizer daquele jeito, é no mínimo um bife. Ainda mais com aquele monstrengo com três lâminas. Alías nunca entendi o nome. Barba acima da velocidade do som? E eu só sei que cada lâminazinha dessa custa uns 3 contos... No Bretas! Que é um supermercado popular... Fazer barba e andar alinhado está cada vez mais caro. Qualquer dia eu volto para as navalhas ou desisto de vez. Viva o tempo nas cavernas...
Se você tem um site de qualquer tipo, tenha algum tipo de estatística. Não que realmente importe quem ou quantos estiveram por lá. O negócio é que você vê coisas do arco da velha como: Top search word used to find this page: 37.75% typed "montanha russa e o prncipio de conservao de energia".
As minhas estatísticas do geocities agora são públicas. Lá embaixo, discretamente ao lado do discreto counter....

domingo, novembro 04, 2001

As palavras verdadeiras não são agradáveis e as agradáveis não são verdadeiras.(Lao-Tsé)
Engana-se quem pensa que PL é uma cidadezinha provinciana e sem atrativos. Por exemplo, na praça da igreja, bem lá no miolo da urbe se apresenta regularmente um chileno. Isso mesmo, aqueles chilenos com aquelas flautinhas de bambu, tocando grandes sucessos de todos os tempos. Bom, se ele é chileno eu não sei, mas que ele tem uma carinha de andino, ele tem. E o rapaz tem uma superconsciência! Ele tem seu próprio gerador de energia! Tempos de crise são tempos de crise... E esse gerador, gera (obviamente) energia para alimentar um instrumental variado e que toca músicas pré-programadas. Eu ainda não descobri a razão transcendental do fato, mas toda vez que eu passo pela praça ele está a tocar Hey Jude. Mas me disseram que o gajo não toca coisa nenhuma. É tudo playback. Eu acho que é tudo inveja pelas habilidades do indiozinho. Afinal quem sabe tocar aquela maneira flautinha de pã? Mas por via das dúvidas ainda apareço na barraca do sujeito, pretensamente querendo comprar um cedê, para exigir uma demonstração ao vivo.Sem aquelas frescurinhas no fundo. Por que como dizia um sujeito cheio de clichês: Quem sabe faz ao vivo. E quem sabe eu descubro que meu chileno é procedente dos chacos...
De vez enquando a gente tem de sair de casa. Fui convidado por amigos para assistir a um show num lugar chamado marcenaria utópica. O lugar é todo feito em madeira e iluminado com luz de velas. Acabei indo por insistência minha, já que eu tinha completado 48 horas sem desentocar. Mas o fato é que eu estou mais misantropo que nunca e logo o lugar ficou cheio de gente, dessas mais modernosas e fashiion que eu adoro. Fui ficando mal-humarado, sentei num canto, tomando minha cachaça, xinguei a banda (que era até boazinha), e mal podia espear para ir embora. Confesso que a noite não foi ruim, mas o que eu queria mesmo era deixar uma vela cair e ver o barraco em chamas. Só pelo espetáculo.

sábado, novembro 03, 2001

É bom chegar em casa depois de ficar uns tempos fora. O mais festivo de todos é Pity, nosso mastim vira-lata. Ele pula, grita, chora alucinado, fazendo festa pela minha volta. É muito bom ser amado, não importa por quem. Eu só queria que ele parasse de ter esses seus arroubos emotivos e mijar no meu pé. Por que assim, haja amor.

sexta-feira, novembro 02, 2001

Mulher mal-amada é mais perigosa que cobra mal matada: de repente dá o bote
Segunda, 5 de novembro é dia nacional de combate ao Dengue. E como estou a serviço da prefeitura e a zoonose é bem ativa, é dia de ir para a praça da igreja fazer campanha. Vamos ficar por lá esclarecendo a população sobre a "febre quebra-ossos", o mosquito e amenidades. Eu cá não tenho muita ilusão com essas campanhas educativas, mas tem de fazer. Se você considerar que a prefeitura tentou instalar lixeiras nas ruas e elas foram arrancadas ou queimadas, se você considerar que a coleta de lixo é feita dua vezes por dia e ainda assim tem gente que joga lixo no barranco, falar sobre dengue não me dá muita esperança. Ano passado foram 352 casos notificados. Tomara que a hemorrágica não venha por esses lados...
No meu pequeno tempo ocioso em PL, sentado no cruzamento mais movimentado do município, bebericando e contando mentiras, tenho uma vista privilegiada dos eventos e personagens da cidade. Personagens como os cães, vadios como devem ser os cães e outras criaturas das ruas.
O cão mais notável de todos é Pilatos (pelo menos é como o chamamos. Tenho esse estranho hábito de nomear cachorros de rua que eu encontro com certa regularidade) Durante o dia é visto dormindo na porta de estabelecimentos comerciais, tranquilo e nem aí para a vidinha dos homens. Mais a tardinha é visto manquitolando pelos botecos. Uma de suas patas foi inutilizada em algum evento pregresso traumático e ele vem arrastando-a. Do acidente carrega também um cansaço impensável para um cão. Dá para ver as costelas indo e voltando enquanto ele respira. Parece até que tem asma crônica. Tem o couro atigrado como esses bagrinhos que se pescam por aí. Apesar de vadio e magricela não gosta de batata fria, chegando inclusive a rejeita-las com ar de desprezo. Dizem que em certas noites de lua recupera o viço e o porte, parecendo o Carlos Alberto Richelli dos cães, para seduzir as cadelinhas sem maldade. Igualzinho ao boto.
Outra cadela interessante é a Pam. Ela é dessas que perseguem carros, latindo desvairada. Nada de espetacular até aí. Milhares de cães roceiros perseguem carros. A particularidade da bichinha é persegui-los ali, no cruzamento principal de PL, incansavelmente, diariamente e sempre no mesmo horário. Deve ser algum tipo de hobby.
E o último cão merecedor de nota é Della Rua. A turma da cidade chama ele de Da Rua. Eu prefiro a versão que homenageia nossos tão simpáticos vizinhos. Mas enfim, é um bruta cachorro preto que também circula pela vida boêmia, mas que bebe cerveja em copo lagoinha. Já anda meio roliço e dizem que o fígado já está podre. Mas para mim ele parece bem saudável.
Lá em PL, famoso é o bairro da Lua. Dizem que um determinado prefeito, buscando votos para sua eleição, prometeu lotes e mais lotes para a população. A oposição dizia que estes lotes só podiam ser na Lua. O sujeito acabou ganhando e doando as terras do bairro que acabou ficando com este nome. E foi um mundarel de gente que fo pra lá. Gente de tudo quanto é canto, fugindo de tudo quanto é coisa. E hoje a Lua é um dos bairros mais populosos e pobres de PL. E mais perigosos por consequinte... Dizem que o povo a Lua vem de duas colônias. Cuba e Espanha. Por que de dia eles cuba e de noite eles panha.

quinta-feira, novembro 01, 2001

BlogBuddy funciona ou é só conversa para boi dormir?
Desculpem a ausência. Uma funcionária da prefeitura (mal amada é claro) increspou com o meu parco uso do computador por lá. Mereceu até ofício com assinatura do prefeito! Mas o mundo dá voltas...
Enfim... Nada de escrever em PL. Mas já comprei um bloquinho de notas para não deixar escapar as preciosidades locais. E agora eu nem preciso mais maneirar quando for para falar mal da turminha da prefeitura...