domingo, janeiro 30, 2005

Ficar velho tem algumas vantagens. Tinha que ter, se não ninguém ficava por muito tempo. Uma que eu estou reconhecendo é a compreensão de como as coisas são volúveis. Por exemplo, eu me lembro quando Strogonoff (que era um conde russo...) ainda era um prato chique e para ocasiões especiais... Hoje virou sinônimo de praticidade... Ou ainda do coq au vin, que hoje ninguém nem ouve falar, ou ainda do pato com laranja (depois simplificado através do "frango" com laranja...).

E a lista é enorme... Afinal, como gostamos de inventar - e principalmente, copiar- moda.
Mas o arroz e feijão estão sempre nos pratos.

segunda-feira, janeiro 17, 2005

As vezes eu acho que tudo que se precisa nessa vida é de um grande ato heróico. Matar um dragão, impedir uma avalanche, descobrir a cura da SIDA... Sempre funciona nas histórias. E depois todos vivem felizes para sempre.
Mas para a perplexidade de muitos, não há muitos mares vermelhos a serem atravessados, não há muitas hidras (e suas cabeças) a serem destruidas. Mas há quimericas quantidades de pequenos atos "quase" heróicos a serem realizados. Mas não espere os louros da vitória, honrarias e glórias. Estes são poucos e raros e os outros, muitos e corriqueiros.
Então vamos lá, de espada em punho, enfrentar nosso draconetes domésticos, nossos minotauros do cotidiano.

quarta-feira, janeiro 12, 2005

Carnaval vem aí. Felizmente eu não assito televisão e essas coisa só vão me afetar quase na véspera. Mas o carnaval é a grande ilusão. E até (ou principalmente) os sambistas sabem disso.

Mas eu não consigo fingir pra mim. eu não deixo de ser quem eu sou, nem por 4 dias. Talvez seja muito bom, por 4 dias, vestir uma fantasia qualquer, sair por aí bebendo tudo o que aparecer pela frente, transparecendo uma alegria incontível, fazendo coisas impensáveis. Só pra voltar pra vida besta depois e passar 361 dias amargurado.

Não consigo ver sentido em viver amargurado ou tresloucado. O segredo me parece viver algo no meio do caminho. Todos os dias. Datas só nos servem como marcos, pequenos lembretes de coisas que costumamos nos esquecer ou exagerar. A vida e o tempo vão indo alheios aos nossos marcos arbitrários.


segunda-feira, janeiro 10, 2005

Então acabou...

Para julgar os acontecimentos é preciso de distanciamento. O tempo é o melhor remédio, com ele vem a compreensão.

Não tenho problema nenhum com isso. O difícil é o "enquanto isso"...

sexta-feira, janeiro 07, 2005

É. Este ano vai indo de uma maneira bizarra e imprevisível. Por enquanto está divertido. Amigos do exterior, amigos do interior, amigos de outros planetas... Ou do meu, vai saber...

E apesar da rotina massacrante, eu tenho rido muito dessa coisinha singular chamada vida.

E agora José? Férias (relativas...) se aproximando em alta velocidade.

sábado, janeiro 01, 2005

"Numa natureza em que não existe regulagem não pode existir o bem"... Não sei se é do Tim Maia ( na sua fase "Racional") ou do próprio "Universo em desencanto". Mas taí um pensamento curioso...
Se desconsiderarmos o aspecto cultural das definições morais (sim, bem e mal são culturais... Além de relativos por vezes...) e observarmos a natureza, facilmente a classificariamos como cruel. Mas o mundo, este mundo, não é sobre coisas belas e fofinhas. É sobre sobrevivência.

Mas nós, seres ditos racionais, somos capazes, ocasionalmente, por breves períodos e através de seletos indivíduos, de transcender a bárbarie natural. E a turba vai se devorando...

"homo homni lupus"...