terça-feira, agosto 04, 2009

O supermercado ainda é pára mim, o misantropólogo amador, fonte profícua de observações e eventos curiosos. O supermercado, cumprindo sua função provedora de viveres, obriga boa parte de nossos companheiros de viagem para fora de suas tocas enquanto os mantém em relativo anonimato, deixando os à vontade para proceder como bem entenderem, imaginando-se seguros do percrutíneo e da críticas alheias. Ledo e proveitoso engano...
Dos espaços públicos, o supermercado é dos mais universais, embora restrições socioeconômicas imponham grandes perasá amostragem. Ele nos oferece o contato com pessoas que jamais teriamos chance de travar qualquer tipo de contato social e em um contexto singular por ser uma atividade cotidiana. Nada de verdades seculares, apenas o dia a dia, a verdade das pequenas coisas....
Enfim... Estava eu cumprindo minha obrigações rotineiras, quando ao longe avisto certo contemporâneo dos tempos de faculdade. Está acompanhado de uma mulher que julgo ser sua esposa e travam caloroso debate em frente a banca das verduras. Enquanto tento eleger algumas batatas vou me inteirando da discussão. Ela diz: " Acho que este deve ser espinafre!" enquanto brandia um pacote de agrião. Ele calado, ar confuso, procurava auxílio de alguém da loja.
Estupefato, eu fico imaginando para onde caminhamos... Não quero meus filhos achando que laranjas surgem ensacadas, que pêssegos nascem em latas e que a fazenda é um lugar onde as pessoas vão para relaxar no fim de semana.