sexta-feira, dezembro 31, 2004

Saudade. Essa sim é uma sensação estranha. Todo mundo tem saudades de pessoas, situações, lugares, momentos... Essa tal incompletude do homem... Afinal o tempo adoça as lembranças... E nada mais conveniente que se sentir um pouco mais completo no passado.
Mas a estranheza não está aí. O estranho é sentir saudades de algo que não foi, de um lugar que não existe, de uma coisa que nem nome sabemos dar. Esta melancólica nostalgia, este desejo de voltar para algo que pudesse ser definido talvez como lar.

O árido real é demais.

quinta-feira, dezembro 30, 2004

Estava a ouvir "Cadê Teresa" do Benjor quando reparei no seguinte trecho: "Eu juro por Deus! Se você voltar, eu vou me renegenar. Jogo fora o meu chinelo, meu baralho e a minha navalha e vou trabalhar".

Me peguei a imaginar um crioulo, todo de linho como bom malandro, ajoelhado ao pé da nega, suplicando e fazendo promessas, chapéu panamá junto ao peito, e talvez uma rosa um pouco murcha na mão.

E comecei a lembrar de todas aquelas promessas de amor que fiz ou que recebi. Cumpre-se muito pouco, por mais sinceras que sejam. Mas é isso aí. Amor não é contrato.

sexta-feira, dezembro 24, 2004

Conto de Natal

Somos uma família tradicional. Fazemos tudo errado , mas somos tradionais. Minhã mãe por exemplo faz questão de todas as formalidades natalinas. Incluindo árvore de natal. E temos árvore todo ano. O problema é que deixamos sempre para providenciar faltando uma semana. Lembro-me perfeitamente de um pinheiro todo torto, meio queimado que tivemos a cerca de dois anos atrás. Carinhosamente apelidado de "Quasimodo". Mas cumpriu com louvor sua missão.

Este ano não foi diferente. Após incessantes buscas e alguns pinheirinhos recusados (A maioria não tinha envergadura moral para sustentar todos os enfeites natalinos) conseguimos arranjar uma árvore á altura. Graças a "flexibilidade" do meu irmão, tem uma jaboticabeira de 2 metros de altura (toda enfeitada, é claro) na sala do apartamento da minha mãe.

quinta-feira, dezembro 16, 2004

Como de costume o natal se insinua (ou se escancara...) na nossa vida. Sendo pessoa mui ocupada e mui mas desinteressada nesses assuntos, sou sempre pego de surpresa.
Ontem, morrendo de pressa e cansaço me vi enlatado no trânsito lá pelas tantas da noite. Fui pego de surpresa pela inauguração das luzinhas de natal da pracinha da liberdade. Após muito praguejar e ofender (verbalmente e gestualmente) os circunstantes, consegui me desvencilhar da multidão. Para minha surpresa, alguns metros a frente me encontro com um pequeno cortejo de caminhõezinhos (com escolta polícial) levando aquela balofa e surreal figura do Papai Noel. Meu impeto foi abandonar meu veiculo e executar sumariamente o responsável por tantos infortúnios (reais, imaginários, passados e vindouros). Mas concentrei-me no meu objetivo e abandonei aquela oportunidade única de encerrar toda a aquela palhaçada.

Gente é rídiculo mesmo... Juntar aquele povão todo, só pra ver um monte de luzinhas e um homem gordo, de barba postiça, naquela roupinha extremamente discreta e adequada para todas as situações...

Nada como usar a razão para estas coisas. Tudo fica ridículo.

domingo, dezembro 12, 2004

La garantia soy jo!

Hoje, em pleno domingo chuvoso véspera de natal, eu me aventurei a enfrentar o shopping popular Oiapoque, também conhecido carinhosamente como "Oi Shopping". Essa pequena aventura me trouxe "recuerdos" de Cidad del Leste, só faltou a terra vermelha, a ponte da "amizade" e as emoções alfandegárias.
O resto é padrão. Mercadoria falsifica/contrabandeada/qualidade duvidosa, chineses, cartões dando "garantia", sacolada e muita alegria. E o negócio é um sucesso. Já temos 3 desse por aqui que eu dou notícia: Oiapoque, Tupinabás e o Xavante. Tem até cara de vingança de bugre...
Nesse tempos de pauperização e de premências consumistas, o shopping popular veio para ficar.

quinta-feira, dezembro 09, 2004

Quando tudo começa a dar errado tudo que se pode querer é alguém para por a culpa. Infelizmente eu costumo ser essa pessoa (não é mesmo "Creuza"?). Eu não tenho a quem culpar... Além de não conseguir me iludir por muito tempo. E esse negócio de bater no peito ficar "mea culpa, mea culpa", pra mim é pouco. Sou adepto da gilete no barbantinho.

Mau Sapão, mau Sapão.

segunda-feira, dezembro 06, 2004

Hai Kais furtados...

Nos dias quotidianos
É que se passam
Os anos
Millôr Fernandes

Ah, um epitáfio,
Viver é difícil
Pifar é fácil
Olegário Alfredo

Nada tem nexo
Tudo é apenas
Um reflexo
Millôr Fernandes

Rio do mistério
Que seria de mim
Se me levassem a sério?
Paulo Leminski

Hai Kai

Bem eu passei esse dever de casa mas não fui atendido. Quer ver feito: Faça você mesmo.

Bem o Hai Kai é um tríptico. Ou seja, um poema de 3 versos. Originalmente composto de 17 sílabas, (primeiro com 5, segundo com 7 e o terceiro com 5) foi trazido ao Brasil pelos modernistas, que como de costume alteraram um pouco sua estrutura. entre as inovações a rima e o humor.
O hai kai geralmente retrata temas "simples", de maneira "econômica". Afinal 3 versos, são 3 versos... O objetivo é a síntese, incisivamente tratar do assunto.
O Hai Kai deriva de categorias estéticas japonesas:
O primeiro verso trata de algo eterno (Kirei- límpido).
O segundo trás o acontecimento, o fenômeno (Wabi- miséria)
O terceiro é a conclusão, a síntese (Yugen - mistério)

Esta forma de poesia sofreu grande influência do pensamento zen, já que ele era uma maneira de transcender o pensamento linear. O hai kai é como uma fotografia poética de um evento natural.

domingo, dezembro 05, 2004

Diálogo avulso:

-O meu filho, parabéns, sucesso na vida profissional, que tudo dê certo na carreira! Nós estamos torcendo por você! Lá em casa a gente nem se contém de tanta felicidade. E que beleza de convite!

- Pô tio, muito obrigado pelos votos e tudo, afinal essas coisas a gente sempre precisa, mas que está formando é meu irmão...

segunda-feira, novembro 29, 2004

Pois é... Algumas cachaças depois... Me peguei novamente discutindo metafísica... Mas não fui eu quem começou. Ok, talvez eu tenha começado... Mas é sacanagem me perguntar se em 2 anos eu votaria na reeleição. Tentei a teoria (física) do princípio da incerteza, descambou para o refúgio pirronista e aí foi embora... Me perguntaram qual era minha posição política favorita, se eu queria mudar para a Europa e até o que eu queria da vida.

Diante de tantas intrigantes indagações, só me restou alguns silêncios significativos. Não achei que alguém pudesse se interessar por essas coisas. Nem bêbado. Mas imagino que todas essas coisas serão esquecidas, e a vida vai seguir entediante, maçante e sem mistérios.

sábado, novembro 27, 2004

Segundo consta, o prêmio da virtude é a virtude em si. Ou seja: (para os mais burrinhos) Não seja virtuoso (bom, por exemplo) por que papai do céu vai te recompensar. (Não aqui, pelo menos. Além-vida é metafísica e eu estou tentando evitar esses assuntos). Seja bom por que te faz sentir bem. Se for depender de recompensas para ser bom, você vai acabar se desiludindo com a vida. Não espere nem mesmo o reconhecimento do agraciado. As pessoas só não esquecem as ofensas recebidas...

Quanto a mim, me esforço para ser justo.

segunda-feira, novembro 22, 2004

É. Além de ser um perigo para a sociedade em geral pelos maus exemplos, descobri-me também como uma fonte de risco biológico.

Mas talvez eu escreva um livro de auto-ajuda (ajudar a mim mesmo, claro) e fique rico e faça pessoas se iludirem que este um mundo bom. Oras, ilusão também e uma doença transmissível! Alguns são mais susceptíveis. Se no final das contas o importante é ser feliz me responda: Quem é o otário?

quinta-feira, novembro 18, 2004

Piada Inspiradora da Semana

Diz que o padre resolveu visitar o capiau lá na fazenda dele. E viu o roçado, viu a criação e viu o pomar e foi vendo de tudo e só exclamando: Que beleza compadre! Tava uma beleza mesma a fazenda.

Quando foram tomar o cafezinho costumeiro, para fechar a visita o padre foi dizendo: Nossa compadre! Você e nosso Senhor fizeram deste lugar um paraíso!

O jeca olhou pro padre assim meio de lado franziu a testa e disse: Olha seu padre, sem querer ofender o senhor mas Deus não tem nada com isso aqui não...

O padre fez um olhar escandalizado e retrucou: Mas seu Jeca! Foi ele quem criou as plantas, os animais, a natureza e criou até o homem!

O jeca fez umj muchocho e disse: Pode até ser seu padre... Mas o senhor precisava ver esse lugar quando ele cuidava disso aqui sozinho...

quarta-feira, novembro 17, 2004

Tem épocas na vida onde tudo é provação. Hora de mostrar tudo aquilo que foi ou que deveria ter sido plantado. E sem colheita não tem festa.

Mas as vezes dá aquela sensação de que a seca vem vindo e seus canaisinhos de irrigação estão um pouco descuidados. Darão eles conta do recado? Fora as ocasionais nuvens de gafanhotos, das furiosas pragas e do gado do vizinho, que nunca respeita a cerca.

Tão longa é arte, tão curta é a vida.

quarta-feira, novembro 10, 2004

É. A vida é sempre assim. Planos maravilhosos, sacrifícios feitos, trabalho árduo. E de repente tudo por água abaixo. E sem direito a choro por que a culpa é quase exclusivamente minha.

Mas como diz a desmemoriada ( e talvez por isso feliz) e sábia Dori do Procurando Nemo: "Continue a nadar, continue a nadar"...

terça-feira, novembro 09, 2004

Explicação necessária...

Quando eu falo de "Fortuna" alguns se sentem aliviados. Afinal se tudo é imponderável, minha vida nào está nas minhas mãos, é TUDO culpa dela!

Mas o leitor mais atento vai notar que na verdade muitas coisas são obra dela, mas os desfechos muitas vezes são obra de nossas escolhas... Eu sei que o choro é livre, mas espernear não muda muita coisa. De coitadinhos o mundo está cheio. Nós dois sentidos...


domingo, novembro 07, 2004

Oh Fortuna!

Bem sabemos que tudo pode e dá errado. Mas por quê, geralmente é difícil de dizer. Os gregos tinha uma divindade conhecida como Fortuna. Na verdade Tice... Fortuna era o seu nome latino, mas enfim... Geralmente ela era representada como uma mulher com um sorriso discreto e enigmático. Nunca se sabe se ela sorri por que gostou de você ou se ela está rindo da sua cara (e do seu destino). As vezes era representada vedada, e as explicações são duas: A primeira diz que ela simplesmente ignora a quem ela faz favores ou disfavores. A segunda diz que ela se envergonha de seus caprichos excessivos.

Mas o fato é um só. Pare de se fazer de vítima. A moça aí de cima simplismente não dá a mínima e se hoje ela te faz de rei da Cornuália, amanhã você pode estar lavando latrinas ou comendo capim pela raiz. E de repente ela te presenteia com riquezas e fartura, apenas para te cobrar os olhos, os rins e um pequeno infarto pouco depois.

Mas não é nada pessoal. Para ela, tudo e todos são indiferentes. E você não é tal especial para que ela se ocupe em favorecer ou infernizar com exclusividade.

sexta-feira, novembro 05, 2004

É. Eles estão certos. O único inimigo é o de dentro.

24 por 7, sem tréguas. Informações em primeira mão, ele sempre conhece seus pontos fracos, seus momentos de fraqueza e seus planos. E o pior... Desconhece diplomacia.

Se você sobreviver a si mesmo, o resto é só ladeira abaixo.

sexta-feira, outubro 29, 2004

Analfabetismo

Eu acho curioso como o país reduziu sua taxa de analfabetismo. Difícil de encontrar alguém que não sabe ler. Quero dizer, abaixo de uma certa idade. Mas o que me assusta mesmo é o analfabetismo funcional. Analfabeto funcional é aquele que lê "mas não compreende bem as palavras". Ele reconhece, mas não consegue fazer sentido do texto. Ele simplesmente não interpreta, não compreende! Mas não ache que isto é um privilégio de aluno de periferia... Estamos pelas tampas com nossos analfabetos (mau) funcionais. Temos bastantes até nas univesidades... Pasmem... A internet então, reduto de uma minoria, só ajuda a desnudar essa realidade. E olha que nem estamos discutindo "produção" de textos...

Este mundo é realmente um deserto de homens. Será que a sociedade não deveria ser divida em castas? Provavelmente, não. Mas ficamos aí, jogando pérolas aos porcos...

quarta-feira, outubro 27, 2004

segunda-feira, outubro 25, 2004

Eu me lembro da última vez que eu disse: "Eu quero é ver o circo pegar fogo e palhaço morrer queimado"!

Descobri um pouco tarde quem era o palhaço.

Hoje luto por uma vida digna para todos. E nada de querosene.

quarta-feira, outubro 20, 2004

O segredo da vida é simples. O "pobrema" não são as respostas, mas as perguntas.

Simples assim: Pare de perguntar se existe vida depois da morte, se há sentido em qualquer coisa. Seja menos pretencioso. Que tal "O que teremos de almoço hoje"?

terça-feira, outubro 19, 2004

Cartas favoritas do tarot...

Cavaleiro de Espadas
"Ele é um mestre da razão e lógica, e portanto tem o hábito de ser franco e direto. Tem sempre opinião, e com seu intelecto afiado penetra no íntimo da questão. Expressa-se sucintamente, concentrando-se no que é correto e deixando de lado as emoções. Com sua habilidade de analisar informações e por ordem no caos é frequentemente ouvido como especialista.
Mas este cavaleiro não é exatamente um diplomata... Tem o hábito de ignorar as opiniões e sentimentos alheios, odeia estupidez e tem grandes tendências ao sarcasmo, quando não um surto de fúria destrutiva. Não gosta de ser contrariado, espera colaboração imediata e não tempera sua justiça com misericórdia. Não costuma ter muito tato e com sua crítica afiada e maneiras bruscas acaba criando inimizades".
Parece familiar?

domingo, outubro 17, 2004

Eu queria escrever alguma coisa que realmente valesse a pena aqui. Mas é só sentar na frente do computador e tudo se vai. O jeito é voltar a andar com o bloquinho de anotações. Ou parar de escrever.


Ah, já que estamos aqui vou me explicar pelo post sobre ética. Minha amiga Carla tem ética. O problema dela é ser adevogada e publicitária. Mas nem assim ela se contaminou. A questão da ética é um pouco mais complexa. Não temos como ensina-la nas faculdades, ela vem do berço, da criação. O que assusta é que temos tanta gente sem a menor noção do que se trata o assunto, e incluir uma disciplina só pra ficar bonito o curriculo, convenhamos, é bem típico desses anos de plástico. Afinal não importa quem você é. Se está "provado", você é o cara. Fatos sociais... o de sempre. Não importa o que é, importa o que as pessoas acham. E a voz do povo é a voz de Deus.

E vamos ficando ateus...

segunda-feira, outubro 11, 2004

Não aguento mais ser forte (aquela fortaleza...) o ponto de apoio de todos. Cansei de ficar aconselhando, confortando e estimulando. Cansei de ser o ponto de equilíbrio (ainda que hesitante...) desse mundo caduco.

Eu quero colo.

Pronto, já chorei, ninguém ouviu. Agora de volta ao combate.

sexta-feira, outubro 08, 2004

Ah fracassado coração! Por que insiste em se armar ciladas e armadilhas? Um tombo é pouco? Ou teimosia é vocação?
Ah viciado coração... Por que insistes em jogar com todas as fichas? Como se um par de seis fosse o jogo da sua vida... Só por que ganhaste um mísero jogo, se esquece que esse tal de amor é um jogo de azar. E ainda assim insiste em jogar.
Ah esfrangalhado coração. Paraste de beber, paraste de farrear, deste um tempo aos ditos amigos, mas não desistes de amar... Ou de tentar...
Ah sedento coração... Sorve com sofreguidão um simples gesto, cria quimeras com palavras convencionais, devaneia com olhares um pouco menos que indiferentes. Mas não aprende.
Vai maldito, que um dia ainda me paras no peito, e insatisfeito, me deixas em paz.

quinta-feira, outubro 07, 2004

Hai Kai #3

Chuva cai lá fora

Aqui encharca minh'alma.

Maldita memória.

Ética!

Estava conversando com minha amiga Carla. E apesar de ter 2 grandes defeitos , sempre tivemos afinidade. Enfim, ela é adevogada e publicitária. E tem outras passagens condenáveis no seu currículo, mas que não vem ao caso.

Direito é uma profissão muito bonita, baseada naquilo tudo que nos diferencia dos animais. Mas na prática é uma sacanagem só. Publicidade então num tem nem bases admiráveis, o negócio é enfiar tudo o que for possível nos trouxas.

Mas são ambas das ditas "ciências humanas" e como tal não pude resistir e perguntei a minha duplamente viciosa amiga: "Escuta, cês num tem aula de ética não?"

No que me foi respondido: "É claro que temos! Na Publicidade o professor resolveu falar sobre o código de defesa do consumidor. No Direito o professor resolveu falar sobre os nossos direitos enquanto adevogados!"

Brilhante, a cada dia renova minha esperança na humanidade. E no inverno nuclear.

domingo, outubro 03, 2004

Mobral

Meu irmão mandou seu cãozinho para o adestrador. No início o cara estava um pouco relutante, afinal bull terriers são extremamente amavéis. E destrutivos. Mas tudo na boa. E ele (o adestrador, não o cão) topou conhecer a criaturinha, nosso querido Zé Pequeno. Conclusão do adestrador: ele é um cachorro legal, mas um pouco "sem noção". Afinal é o cachorro do meu irmão... Enfim, o adestrador considerando tudo (raça + particularidades) acredita que ele possa aprender alguma coisa.
Se meu sobrinho aprender a assinar o nome e tiver uma noção das 4 operações, já me dou por satisfeito.

quinta-feira, setembro 30, 2004

Eu sempre me considerei como de esquerda. Mesmo quando era só para me dizer gauche. Mas a cada dia que passa eu vejo. Mexer com pobre é foda.

sempre acreditei que as pessoas eram pobres por falta de oportunidades, e ainda acho isso para boa parte. Mas estou chegando a conclusão mais óbvia do mundo: As pessoas são de fatos diferentes e merecem coisas diferentes. Só não estou muito certo qual critério devemos usar.


segunda-feira, setembro 27, 2004

O que não se faz pela vaidade... E não é só aquela vaidade da maquigem, sapato alto, creminho... A irritante mesmo é aquela da opinião. Será que não sabemos ficar calados?

Façamos um trato. Vamos ficar calados, mesmo estando certos. Ninguém está interessado mesmo.

quinta-feira, setembro 23, 2004

quarta-feira, setembro 22, 2004

Disritmia

Disritmia

Martinho da Vila

Eu quero
Me esconder debaixo
Dessa sua saia
Pra fugir do mundo
Pretendo
Também me embrenhar
No emaranhado
Desses seus cabelos
Preciso transfundir seu sangue
Pro meu coração que é tão vagabundo
Me deixa
Te trazer num dengo
Pra num cafuné
Fazer os meus apelos
Eu quero
Ser exorcizado
Pela água benta
Desse olhar infindo
Que bom é ser fotografado
Mas pelas retinas
Desses olhos lindos
Me deixe hipnotizado
Pra acabar de vez
Com essa disritmia
Vem logo
Vem curar seu nego
Que chegou de porre
Lá da boemia


Tá pra nascer musica mais cafajeste. Mas tem hora que é isso mesmo, eu só não tenho saia pra esconder.

terça-feira, setembro 21, 2004

Êta vida besta sô!

Pronto. Estou aqui fazendo-me o contraproducente favor de viver "no futuro". Sim, em breve tudo vai mudar. Ah, vai...

Ou como dizia Imaculada, minha professora de português e rainha do mau-humor bem direcionado:
De ilusão também se vive.

Ou sobrevive, ao que parece...

domingo, setembro 19, 2004

Vale o escrito

Vale o escrito ( meu outro blog) está de volta!

Pra quem não sabe, lá estão apenas citações, diversos autores, diversos temas e, é claro, diversos pontos de vista. Atualmente com mais de 700 frases, sem ordem nenhuma.

O link encontra-se ao lado. Melhor que biscoito da sorte.
As pessoas (genericamente...) são excelente objeto de estudo, mas terrível de convivência.

Mas talvez seja apenas eu. Afinal ser tímido ( e tido erroneamente como "metido") não ajuda muito. Mas que elas são engraçadas quando observadas, elas são.

sábado, setembro 18, 2004

Historinha Zen de Hoje. 2!

Era uma vez um jovem estudante do zen. Jovem não, criança. E lá pelas tantas, fazendo sei lá o que ( afinal ele era uma criança...) ele conseguiu quebrar uma valiosa xícara de seu mestre. Apavorado, ouviu passos do mesmo se aproximando e escondeu a xícara atrás de si.
"Mestre, por que as pessoas tem de morrer"? "É natural - respondeu o ancião- tudo tem de morrer e tem seu tempo contado".
"Pois é... Parece que sua xícara esgotou seu tempo"...

quarta-feira, setembro 15, 2004

Historinha Zen de hoje 1

Dois monges viajavam por aí. Andando, quero dizer... Lá pelas tantas tinham de cruzar um rio, e por lá também estava uma bela moça. Impossibilitada de atravessar com seu kimoninho, pediu ajuda aos bons monges. Um deles a pegou no colo e a levou até a outra margem, apesar da cara estarrecida do outro. E seguem viagem. Lá pelas tantas o segundo não se contém e pergunta: "Mulheres são perigosas, fomos orientados a não nos aproximarmos delas... Por que você a carregou"? No que o outro responde: "Parece que você ainda a carrega".

Pescaria

Pescar também é questão de estilo. Tem gente que "pesca" com rede, vem aquele tantão, de tamanhos variados e quase nada que presta.

Eu gosto dos peixes grandes. Por isso pesco com anzolão e de preferência com isca viva. Posso passar um bom tempo sem pegar nada, mas que importa? O negócio é o peixe grande. Um já me basta. E se não der medida, eu devolvo.

Comigo é assim, mesmo que seja alegoricamente.

sábado, setembro 11, 2004

Determinismo, eudaimonismo, panpsiquismo?

Seus pobremas acabaram! O utilissíssimo dicionários dos Ismos! Consulte e pare de falar bobagens! (Mesmo que seus ouvintes nem desconfiem na maior parte das vezes)...

http://www.saint-andre.com/ismbook/ism3.html

sexta-feira, setembro 10, 2004

Eu só queria entrar em piloto automático por alguns meses.

Nada de decisões importantes ou sacrifícios. Era só ajustar a meta, programar as atividades e aguardar o sucesso.

Além de publicar agradecendo a graça concedida no sétimo dia...

segunda-feira, setembro 06, 2004

Nada como rever pessoas que se tem afinidade. Eles tem razão, nem o tempo nem a distância mudam as coisas. E eu ainda ganhei uma sobrinha!

Nada é tão divertido quanto ficar inventando lorotas para crianças. Elas tem sempre razão. A sua maneira, é claro.

sexta-feira, setembro 03, 2004

São Paulo, aí vou eu.

Não é exatamente o lugar ideal para meditar e refletir.

Mas para quem está perdido, um porto é um porto. Melhor do que ficar jogando garrafinhas no mar e esperar socorro.

Ah, e eu quero é me perder com força. Chega de ser bom garoto.

quarta-feira, setembro 01, 2004

Eu tenho de parar de ler filosofia (metafísica em especial...)

Estou começando a confundir a realidade imediata (e dolorosa) com as brumas etéreas das viagens alheias. E olha que nem estou bebendo.


domingo, agosto 29, 2004

Cuidado com o que fala. Língua a gente paga no quilo, e sai caro.

Tem até gente que acha que uma vida só é pouco para se pagar língua. É o tal do Carma.

quarta-feira, agosto 25, 2004

Nova moda

Por que cargas d'água todo mundo me convida pra tomar chá???

Como bom funcionário público meu novo vício é o café. E não é só pra poder sair da minha sala não! E o mais curioso é que eu gosto dele amargo. Curioso não, previsível.

terça-feira, agosto 24, 2004

Ninguém ajuda...

Eu sou avesso a compras. Mas andar mulambento tem limites. Então finalmente quando eu me resolve a por um basta na situação...

Então eu perco uma hora procurando um sapato que não parece nem chuteira nem que tenha saido de algum livro da Mary Shelley. Peço meu número e eles não tem. E depois querem me empurrar qualquer coisa.

Ou quando resolvo comprar outro celular. Tem que trazer isso, tem que assinar aquilo, leva num sei quantos dias para chegar, bláblábla... E tem que ficar pra depois. Já não estou fazendo questão de comprar, eles também não estão fazendo questão de vender.

E assim vou vivendo esmulambado e incomunicável. Mas satisfeito.

domingo, agosto 22, 2004

Coisas que aprendi no exército

O exército é uma grande escola, não há dúvidas, e aprendi muito no meu longo serviço...

  1. Senão sabe o que responder diga com firmeza - Sim Senhor!- mesmo que não siga nenhuma daquelas recomendações ou ordens. Se continuarem te olhando com aquela cara de expectativa diga - sempre com firmeza- Vou verificar.
  2. Militares são como as pessoas comuns e esquecem de muitas coisas. Se é do seu interesse, lembre-os, se não é, finja que não é com você. Cuidado, algumas coisas são tidas como importantes, e não é a sua cabeça.
  3. Quem pergunta quer resposta. Se você não quer saber ou tomar alguma providência não explicita, não pergunte. É melhor ser idiota do que rebelde.
  4. Não crie nem muita intimidade nem confiança com seus subordinados. Eles sempre acabam abusando da confiança. E eles sempre vão te falhar naquele momento crucial. E não adianta justificar que seu subordinado é um idiota. Você já deveria saber disso.
  5. O serviço militar não é para sempre. Mas acredite, ele pode ficar muito longo se você não se comportar.
  6. Não acredite na burrice generalizada. Embora a maioria dos militares não seja lá muito brilhante (assim como na vida lá fora...), há homens que o são. Principalmente os graudos. Ninguém chega a comandante na sorte, muito menos a General. Idiotas não vão longe no exército ( ou em qualquer lugar...). E ainda há os que são do contra. Esses não vão longe mesmo...
  7. Não espere recomnhecimento por nada. De ninguém. Como na vida real, as pessoas só lembram de você quando as coisas vão mal. Ainda que não seja culpa sua.
  8. Miolos são mais importantes que culhões. Culhões podem te dar honrarias (e inimigos), mas não fazem ninguém sobreviver na guerra real. A de papel. Se possível tenha os dois, homens sem culhões não são homens. E evite ficar pendurado nos dos outros.
  9. Não hesite. Frouxeza dá uma péssima impressão. Se estiver errado, se corrija depois.

quarta-feira, agosto 18, 2004

Minha companhia de telefonia celular me informou que dentro de 7 dias meus celular nào poderá nem receber nem originar chamadas! Até que enfim! Em sete dias meu celular decorativo passa ao reino dos finados. Já andava ruizinho das pernas, é como se estivesse recebendo a extrema unção. Dizem que a linha ainda vai ficar por aí um mês -igualzinho alma penada- até que ela seja definitivamente transferida para o além.

Junto com esta linha sepulto boa parte de um passado que nada tem de saudoso. Só não joguei o aparelho na parede por dois motivos: 1- Pelo aparelho. Quatro anos de bons serviços merecem mais consideração da minha parte. 2- Período adaptativo. Para aquelas pessoas que ainda não acostumaram a me ver sem celular. Se você não sabe como me achar a não ser por ele, desconfie.

terça-feira, agosto 17, 2004

Talk Show

Eu não assito televisão. Mas quase toda vez que eu passo em frente a dita eu vejo algo surpreendente. Para mim pelo menos...

Outro dia estava passando um talk show com uma atriz famosa. O que mais me surpreendeu foi o quão a sério eles estavam levando o tipo do programa. No palco estavam quatro mulheres confortavelmentes sentadas, e cada uma tagarelava. Ininterruptamente. Quatro mulheres tagarelando ao mesmo tempo! Fiquei até imaginando as telespectadoras em casa conversando sozinhas com seus aparelhos...

domingo, agosto 15, 2004

Há um tempo onde festa são as coisas.
Depois você descobre que as coisas pouco importam, são as pessoas que tornam as coisas desejáveis.

É sabido também que o tempo adoça as lembranças. Mas 2 anos é muito pouco. Mesmo para um curioso mórbido.

Sem surpresas, nem fiz falta nem deixei saudades. O melhor mesmo é ser esquecido.

Dá-lhe Figueiredo, ditando cátedra...

segunda-feira, agosto 09, 2004

Encontros de formados são sempre muito úteis. Para mim pelo menos.
Sempre é assim:

  1. Você vê como seus colegas estão gordos.
  2. Vê como as suas colegas estão cada vez mais feias. (Sempre há honrosas exceções)
  3. Lembra daquelas velhas e repetidas estórias de sempre.
  4. Vê como ninguém mudou de verdade.
  5. Escuta estórias assombrosas sobre colegas ausentes.
  6. Entende por que encontros desses vão ficando cada vez mais esporádicos. Afinal nada muda de verdade.

sexta-feira, agosto 06, 2004

Dos grandes mitos da infância está a fama do famigerado jiló. Símbolo quase universal (por estas bandas...) do amargor, sua simples citação causava pânico na garotada. Como se não bastasse o seu uso "poético" (como em "saudade assim faz doer, e amarga qui nem jiló") nós parece que o dito é a pior coisa do mundo.

Pois bem, como faço um esforço de desmistificar (ou confirmar) os boatos, experimento tudo que me é possível e que não me tire (ainda que de leve) a dignidade. Após duas décadas e pouco de terror, resolvi enfrentar a fera. E diga-se a verdade: O diabo nunca é tão feio quanto se pinta. Jiló não é delicioso, mas está longe do requinte de crueldade.

quinta-feira, agosto 05, 2004

Código Penal para Dummies

Eu me lembro certa feita de alguém me explicando como funciona o sistema penal brasileiro... Muito instrutivo e revelador...

Em lugar nenhum diz é proibido matar. Não matarás é um dos dez mandamentos, mas não tá no código penal. Encarêmo-lo mais como um cardápio ou lista de preços. Matar: De 20 a 30 anos de detenção. Não é proibido. Só é caro. É só fazer as contas. "Matar fulano? Xô ver... Ele é um mala, mas não vale 20 anos da minha vida. Ah, deixa ele se fuder sozinho"... E por aí vai.

É como diz na Bíblia... Eu tudo posso, mas nem tudo me convém.

terça-feira, agosto 03, 2004

Tempo rei...

É incrível como o tempo passa e as pessoas não mudam.

Podem cortar o cabelo, fazer alisamento japonês, fazer uns piercings, alargar os buracos das orelhas, por lente de contato, inventar um apelido novo descolado, mudar de emprego, colocar óculos, mudar o vocabulário ou pôr doutor na frente do nome: As pessoas são essencialmente as mesmas.

E isso é extremamente válido para babacas. Esses não perdem o hábito mesmo.

domingo, agosto 01, 2004

2 Anos...

Amanhã faço 2 anos de formado. E retrospectiva é inevitável. Embora muita coisa tenha progredido não estou satisfeito com os rumos da minha vida. E pra mudar só é preciso um pouquinho de coragem...

Por que diabos só se tem coragem pra fazer as coisas erradas?

sábado, julho 31, 2004

Ó nóis aqui travéis...

Estamos de volta. Depois de um longo e tenebroso inverno, me decidi a voltar a escrever.
Pra quê me perguntarão os mais críticos. Pois é...

Acho que no final das contas escrevo para mim mesmo. Pouca gente lia, pouca gente irá ler. Mas o que importa? Eu nunca foi o carinha popular... Nem quero. Melhor ser franco. E a verdade doí. Nem que seja em quem insiste em dizê-la.

Enfim, quem se interessar nos arquivos... Tem muita coisa curiosa. Coisas de 2 anos atrás.