terça-feira, julho 25, 2006

Nunca fui um excelente enxadrista. Nunca tive muita disciplina para quase nada mesmo... Mas do xadrez, compreendi muitas coisas que tento aplicar na minha vida.
O importante é o rei, todas as demais peças são apenas ferramentas para mantê-lo vivo, mesmo que a custa de sacrifícios. Tanto apegar-se às peças , assim como sacrificá-las a troco de nada são caminhos certos à derrota.
Há mais coisas ao jogo que apenas o ganho material, a maioria numérica. O controle do centro, permite que você tenha uma maior influência sobre o tabuleiro, melhorando a eficência das suas peças. E há a coisa mais imaterial e importante de todas: A iniciativa. É ela quem determina quem dá as cartas e estabelece o ritmo do jogo. É ela quem determina quem é o caçador ou a presa.

sábado, julho 22, 2006

Eu estou ficando cada vez mais tolerante com a vaidade alheia. Acho que a exposição excessiva está me fazendo menos irritado com ela. Deve ser uma espécie de instinto de sobrevivência, ou arrefecimento do reflexo pelo excesso...
Em compensação estou cada dia mais furioso com a preguiça alheia. Acho que deve ser minha "sindrome da eficiência" se manifestando...

quinta-feira, julho 20, 2006

Eu não tenho o hábito de ir ao cemitério do Bonfim. Não que as pessoas tenham algum hábito do gênero, é mais questão de "ordem social". Sendo o Bonfim um cemitério de famílias tradicionais e mais endinheiradas, tenho poucas oportunidades de lá dar as caras. Não que os ricos não morram, eu só não os conheço o suficiente para lhes velar os corpos. Meus mortos geralmente vão para a Colina, mais humilde e condizente com minha vida.
É como cantam: "Quem não tem balangandãs, não vai pro Bonfim".

sábado, julho 15, 2006

É claro que esperar que as coisas aconteçam sozinhas é uma estratégia viável! Mesmo que estejamos parados, o universo continua a se manifestar.
Façamos a seguinte experiência: Não toque em nada por duas semanas. Se ainda estiver vivo (ou interessado) verá que as coisas continuam acontecendo!
Livros juntam poeira, pão cria bolor, frutas apodrecem, plantas secam e contas vencem.
Outro dia alguém me disse que eu sofria de "sindrome de eficiência". Embora desconheça tal entidade clínica e não saiba exatamente o que ela quer dizer, devo admitir que devo ser afligido por tal moléstia.
Não suporto ficar discutindo o sexo dos anjos enquanto a vida clama por soluções, destesto refazer o que já fiz a contento uma vez, me apavoro diante do trânsito lento.
Nada contra caminhadas idílicas e momentos de relaxamento quando oportunos, mas gastar 2 centavos em algo que merece 1, é desperdício. E como o tempo é limitado e inclemente, tudo tem uma certa urgência.

sexta-feira, julho 07, 2006

Acordo pela manhã. Meu travesseiro e minha cama está cheia de cabelos. A maioria é minha... Apóas uma breve inspeção de meus aposentos, noto uma quantidade considerável de pêlos pelos cantos. Rumo então automaticamente ao banheiro, próximo santuário do ritual diário. Pêlos pelo chão, nas paredes e no box do chuveiro, no sabonete, na pia.
Incrível como quando a mão mágica e silenciosa da ordem se ausenta, as coisas seguem seu curso natural. Alías, natural é a palavra mais adequada. Eu, mamífero e primata, simeóide semi-inteligente, não tenho como fugir de mim mesmo.
Acho que terei de ser mais condescendente com os meus irmãozinhos, os pequenos mamíferos domésticos.

domingo, julho 02, 2006

Sábado a tarde... Todos prometiam públicos recordes, muita animação e bebedeira. Entretanto adentro a praça da Bandeira, quase deserta, prossigo pela Bandeirantes, também as moscas, desco a Montes Claros rumo ao que era há alguns dias atrás o point da galera nos jogos da copa. Igualmente desolada, com alguns gatos pingados escorrendos pelos cantos... Não consigo disfarçar um discreto sorriso de satisfação...
Mas alto lá! Não me chamem de infiel, contra-patriota, de entreguista! Deixe me esclarecer meu ponto de vista: eu acredito na vitória do mérito. Jogamos mal, perdemos, agora de volta pra casa.
Segundo, ficar aqui discutindo sobre futebol está encobrindo assuntos muito mais relevantes para o futuro deste pobre país... Mas nisto eu já estou ficando repetitivo e poupo-lhes.
Terceiro, a copa estava tornando minha vida impraticável. Todo meu tempo disponível para assuntos administrativos era ocupado por partidas da selecinha, e portanto indisponíveis de fato.
E quarto, a histéria acabou. Diz a sabedoria popular que histeria é falta de falo. Estranhamente, a seleção recebeu a sua cota, e toda histeria sobre copa do mundo acabou-se por completo... Remédio milagroso!