quarta-feira, julho 27, 2005

De todas as coisas que orbitam nosso planetinha, a lua é com certeza a mais notável. Nossa dama de companhia realiza conosco uma complexa dança e de tão fina jamais nos vira as costas. Como nunca vimos diretamente sua outra face, alcunhamo-la de "face oculta", e de bobos que somos, inventamos um monte de folclore sobre esta curiosa coincidência astronômica.
Tendo cerca de 3500 km de diamêtro e uma massa 80 vezes menor que a Terra, ela certamente tem muito mais influência por aqui do que o esperado. Clareia a noite ate'certo ponto, regula marés, oculta o Sol de vez enquando para o desespero de alguns...
Mas a figura dominante nos céus noturnos tem outras esferas de influência! Simbolizando o mundo desconhecido e escuro que causa na maioria medo e insegurança. Com sua luz pálida, não permite que vejamos com clareza, nos permitindo enganos dos mais variados...
Seu comportamento cíclico forneceu aos homens uma das primeiras formas de medir o tempo. E neste ciclo mágico de crescer e minguar inspirou as mais diversas formas de influência sobre o homem e as coisas naturais, tais como plantas, pesca ou fios de cabelo...

sexta-feira, julho 22, 2005

Ficar em casa no meio da semana em pleno período "letivo" é algo que sempre me remete a mesma sensação. Doença. Não que eu tenha este hábito, adoecer ou matar serviço. Buscando na memória, sempre me afastei das atividades devido a algum mal, que não a pura e simples vadiagem. A sensação é estranha. Aquela vontade de fazer alguma coisa, o corpo esquisito, tédio doentio... Aquela sensação de cansaço pós febre... Tudo ruim. A casa estranhamente vazia... Ou aquela faina estranha da faxina, imcompreensível a quem está sempre ausente nestes momentos. Ficar doente me lembra produto de limpeza. E vice versa. Aquele zumbido de enceradeira...
Mesmo nas raríssimas ocasiões em que tentava me fingir de doente para cabular, e ainda mais raro, quando colava, a sensação é a mesma. Era como estar a parte do mundo. Era como ter caido atrás da escrivaninha.
E no dia seguinte aquele estranhamento. Parecia que tinha ficado congelado alguns anos. As coisas pareciam estar perfeitamente normais e fora do lugar. O universo ficava meio embaçado.
Eu nunca achei muita graça em ficar doente.

sábado, julho 16, 2005

Desde que era criança eu tinha o hábito de tentar entender como as coisas funcionam. Ficava lá observando e tentando compreender. As coisas não tem tantos mistérios, se comparadas as pessoas, é claro. Esta verve científica me acompanha desde cedo.
Há alguns anos atrás, montando estes quebra cabeças gigantescos descobri algo curioso. Eles são grandes placas de papelão cortadas por uma guilhotina especial. Mas o curioso não é isto. O padrão da guilhotina se repete... Ou seja de 20 em 20 peças temos duas peças "mecanicamente" idênticas. E como as guilhotinas podem ser usados em diferentes cenários, podemos ter peças de outros quebra cabeças que se encaixam...
Isto nos leva a 2 conclusões e uma anti-conclusão. Peças podem se encaixar mecânicamente mas distoar na paisagem. Mas se elas forem similares (como se forem 2 pedaços do céu) podem passar desapercebidas. O pior é quando apenas umas delas se camufla, nos deixando com uma peça que não se adequa...
A "anti-conclusão" na verdade é uma extrapolação do fato acima, também derivada do hábito de montar quebra-cabeças. É aquela pecinha que tem tudo para entrar no cenário, mas simplesmente não pertence á aquele lugar. Mas continuamos insistindo na esperança que ela entre.
E há todas as outras peças que não se encaixam, não combinam e ninguém nunca imaginou que pudesse ser diferente.

sexta-feira, julho 15, 2005

Dizem que afinidade é mais ou menos assim: Não importa quanto tempo se passou, as coisas continuam de onde pararam. É interessante reparar como tenho pessoas assim. E o mais curioso ainda... Eu tenho uns "dejá veus" de afinidade, gente que eu conheço a pouco e parece que sempre estiveram por perto. E olha que eu sou um sujeito de "poucos" amigos... As vezes eu sou sortudo, as vezes eu escolho bem...

terça-feira, julho 12, 2005

Algo aconteceu a cerca de uma semana atrás. Nada visível no mundo exterior. Continuo essencialmente o mesmo. Parece que algum fio solto voltou a fazer contato. Veja por exemplo: Voltei a me interessar por política! Eu disse interessar, não acreditar. Há mais coisas, talvez algum observador atento perceba...

quarta-feira, julho 06, 2005

Utilidade Pública

Irformo-vos que nem eu nem meu irmão queimamos ao entrar no Vaticano, nem ao ver Papa. Temos inclusive prova documental. Por vias das dúvidas, evitamos assuntos heréticos por lá.
Mas ficar no sol Italiano de matar velhinho por 4 horas ininterruptas... Isso queima. Me senti um verdadeiro peregrino penitente. Recebi a benção, ouvi sua santidade falar. Fiquei frustrado por que não trouxe nada que pudesse ser abençoado... E vendido...
Mas sua santidade é bem mais simpática ao vivo. As vezes o homem não é fotogênico...
A praça de São Pedro tava mais animada que muito show de Axé. O Papa é definitivamente pop.

sexta-feira, julho 01, 2005

A palavra falada é uma das coisas mais mistériosas que existe. Brota não sei de que profundezas, de sementes desconhecidas e terreno incerto. E brota do nada. Causa um efeito imensurável e desconhecido, apenas para desaparecer em brumas, assim como surgiu.
Há algo estranho em passar singelos vinte dias alheio a tudo que se considera cotidiano. De repente estamos de volta, e quem não se ausentou nem sentiu falta destes dias. Não há valor no cotidiano, ou simplesmente não nos damos conta dele?