segunda-feira, janeiro 25, 2010

Minha esposa tem uma família grande, dessas destes rincões perdidos deste Brasilzão... Gente simples, roça braba, mesmo não estando isolados do mundo. Um destes, dos mais velhos e mais roceiros -afinal permanece por lá - costumava criticar o próprio pai, em tom de chacota: "Meu pai era um canastrão, um sem poesia, não teve 12 filhos, jogou 12 filhos no mundo"!
Claro que o patriarca não era nada disto... Mas me chama atenção a expressão "sem poesia". Ah como estamos assim. Este mundo e suas pessoas me enfadam. Técnico, estéril, rasteiro, além de fútil é claro.
A poesia morreu. Não apenas a lírica, mas a lúdica e a diária. Só nos resta o lugar comum. Ou plágio mal feito. Ignoramos tudo e portanto não percebemos. Dinheiro e fama rápidas. Talento duvidoso.
Não lemos, muito menos escrevemos. Comunicar é o suficiente. MAs comunicar o que meu Deus? Acaso perdemos a alma e os mistérios insondáveis e indizíveis? Dois e dois são quatro. Mas e daí? Contruiremos, pontes, arranha-céus, usinas nucleares... Mas permaneceremos ignorantes de nós mesmos, escravos das aparências e vaidades, distantes de qualquer resposta com sentido em si mesma. Nem todas as compreesões podem ser postas em manuais. Embora tolamente tentemos...
Arrependamos enquanto há tempo. Por que às baratas só interessa sobreviver.