sexta-feira, abril 28, 2006

Segundo consta nos livros um homem foi preso, condenado por juri popular, açoitado, vestido com uma coroa de espinhos, obrigado a carregar morro acima uma tora de madeira com a qual seria mais tarde devidamente crucificado entre dois ladrões. Alegaram que ele se intitulava rei... Ainda assim, ao ver se aproximar a hora final, voltou seus olhos ao céu e clamou: "Oh Pai, perdoai-os! Eles não sabem o que fazem"!
Espero que a desculpa tenho sido aceita, afinal não progredimos muito nesses dois milênios...

quarta-feira, abril 26, 2006

Hienas, ao contrário do que se imagina não são canídeos. Elas têm uma família própria, a Hyaenidae e estão muito mais próximas aos felinos que aos caninos. Famosas pelo seu hábito de comer carniça, são entretanto exímias caçadoras. Geralmente caçam sozinhas e tem preferência a presas fracas e doentes, embora sejam capazes de matar presas grandes e saudáveis. Caçam em bando quase acidentalmente, com os seus grunhidos atraindo outras hienas. Tem muita inteligência, equiparando-se a alguns primatas, adaptando seu estilo de caça as necessidades. Tem uma mandíbula poderosa e um estômago com acidez incomum, garantindo assim um aproveitamento muito melhor da presa, chegando inclusive a digerir ossos e dentes em menos de 24 horas. Apesar de hábeis caçadoras, elas obviamente preferem se alimentar de carcaças ou tomar as presas mortas de outros animais. Principalmente se estiverem em grandes números. Basta ser oportuno. Hienas comem carcaças de outros animais mortos, incluindo outras hienas.
Hienas vivem em clãs e seus membros são muito mais competitivos e menos cooperativos que os de seus colegas mamíferos, mas dentro clã a vida é bem pacífica. Entretanto há sangrentas batalhas entre clãs distintos pelo controle do território. Os clãs tem uma fêmea dominante, os machos geralmente são errantes.
As hienas não têm parceiros fixos, e geralmente pertencem a clãs diferentes. Devido a grande agressividade da fêmea, o processo de corte é sempre algo arriscado para o macho. Cada ninhada tem de 1 a 4 filhotes, que já nascem com dentes e de olhos abertos. Brigas entre os filhotes são comuns e boa parte deles morre por este motivo. Os filhotes do clã ficam juntos, mas não recebem nenhum tipo de atenção pelos adultos. O leite da hiena é particularmente nutritivo, permitindo assim que a mãe possa abandonar os filhotes para caçar por até uma semana.
Leões costumam tomar as presas de hienas com mais freqüência que o contrário. Parece haver uma animosidade entre as espécies... Leões matam hienas sem nenhuma provocação. Hienas perseguem leoas mesmo depois dela ter abandonado a caça. Cães selvagens também têm suas diferenças com as hienas e atacam se oportuno.

terça-feira, abril 25, 2006

A vida tem suas particularidades. E como ela gosta de paradoxos e contrastes... Eu por exemplo, nunca me senti tão livre em minha vida. É uma sensação exultante, quase de embriagar. Por outro lado nunca me senti tão sozinho... Mas resignado admito: "A colheita é comum, o capinar é sozinho".

sexta-feira, abril 21, 2006

Não há nenhuma virtude em procurar o prazer ou evitar a dor. O contrário, no entanto, soa completamente insensato. A virtude está no caminho do meio, na sabedoria de quais prazeres devem ser gozados e de quais sofrimentos devem ser suportados. Mesmo por que uma vida de prazeres se torna insossa, e uma vida de atribulações se torna insuportável.

terça-feira, abril 18, 2006

Catarse, vem do grego, kátharsis para purificação, purgação, limpeza.
Usado em medicina para se referir à evacuação. Acreditava-se em efeitos benéficos de provoca-la. E portanto criou 3 categorias de remédios: os laxantes, os catárticos e os drásticos, cada qual com efeito mais poderoso.
Na psicanalise, catarse é o nome da técnica que visa reviver lembranças traumáticas e inconcientes, desencadeando fortes emoções e "descarregando" a mente do indivíduo, propiciando a cura.
No teatro, catarse é a purificação da alma alcançada pela descarga emocional provocada pelo drama. Para tal o herói deveria se tornar infeliz pelos seus próprios atos, e não pelo acaso. (Catarse para o público, não para o héroi).

quarta-feira, abril 12, 2006

São as qualidades que tornam as pessoas utéis. Mas são os defeitos que as tornam interessantes.

sábado, abril 08, 2006

Palhaço: Na teoria geral do circo, um artista que com seus trajes e maquiagem se dedica à entreter o público com seu tipo de humor característico. Adeptos do humor pastelão, já nào encantam como antigamente. Alías, o circo já não encanta como antigamente. Embora não pareça, existe uma complexa (e batida) teoria de funcionamento do chamado palhaço, que inclui contrastes e papéis específicos, além de um conflito básico. Não entrarei em detalhes, mesmo porque, não sei dos detalhes. Sugiro para tal assistir à alguns episódios de "Os Trapalhões". Os antigos, por favor...
Mas o fato em questão é outro. Devido as peculiaridades de seu traje e maquiagem, o palhaço padrão é extremamente inflamável, mas não explosivo. Nas circunstâncias em que o circo pega fogo, este pobre integrante está sob enorme risco de se inflamar. E um palhaço em combustão é sempre um espetáculo, ainda mais em um contexto de circo em chamas. Verdade indubitável: Quando o circo pega fogo, o palhaço morre queimado. Para o deleite do respeitável público.

quinta-feira, abril 06, 2006

Esse negócio de direita e esquerda pra mim não existe. Originalmente criado pelo hábito de girondinos e jacobinos de sentar nas respectivas áreas, a coisa, de referência parlamentar, virou referência política. O fato é que se você sentar um girondino na parte esquerda do parlamento, ele não se torna um jacobino. Ou assim deveria ser... E há claro os famosos sans-cullotes...
Visto o caos ideológico do "gigante deitado eternamente", onde posição é definida por auto-proclamação e não por comportamento, proponho mudar a orientação política para outra dimensão do plano cartesiano.
Deveriamos agora ter os "por cima" e os "por baixo". E o muro é óbvio.

domingo, abril 02, 2006

O cara que teve a idéia de colocar nossos animais em extinção no verso de nossas notas é um gênio. Pelo menos no plano das idéias. Veja bem: ele imortalizou as pobres criaturas no mesmo agente que as leva a aniquilação. Genial! Assim enquanto houver dinheiro, haverá araras-azuis.
Resta saber se os botos preferem viver em pacífico ostracismo ou serem eternamente relembrados, do além túmulo, em um pedaço de papel.