terça-feira, outubro 23, 2001

O internato aqui em PL também tem lendas. Dizem os antigos que em um tempo remoto nosso apartamento foi possuído por baratas demoniacas. As odontolagas da época foram infernizadas por essas criaturas das profundezas. Dizem que elas saim dos ralos, pias e bidês sem a menor cerimônia. Assustadas as profissionais de saúde acima citadas lacraram todos os buracos com três camadas de papelão, andavam munidas de sprays com inseticidas de última geração, esterelizavam com álcool pratos, copos e talheres, tomavam banho com um pano de chão no ralo, e ainda assim sofriam de ataques histéricos por causa das invasoras. Afinal elas continuavam sua marcha pela destruição, sendo encontradas inclusive dentro de roupas. Mesmo após duas detetezições, as cascudas não se fizeram de rogadas e as meninas acabaram passando umas semanas no acolchegante Tupiguá Palace Hotel até que o internato chegou a termo. O mais estranho é que os alunos da medicina nunca foram molestados pelas pequenas, tendo inclusive uma de estimação, a delicada Rosinha. Os maledicentes falavam em frescura galopante, mas temos certeza que se tratava de um evento sobrenatural que supera nossa compreensão.
Até hoje, em nosso apartamento, só foi encontrada meia barata, morta obviamente.

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